O Santuário de Deus

Santuário de Deus

O assunto do Santuário e do juízo investigativo, deve ser claramente compreendido pelo povo de Deus bem como a posição e obra de Seu grande Sumo-Sacerdote. Este estudo apresenta de forma visível a obra invisível que Jesus Cristo executa no Céu. Cada detalhe dos serviços ali realizados revelava um Deus presente, prefigurando a obra de salvação executada no próprio Céu, e apontava para o dia do juízo representado pelo dia da expiação que era o acontecimento central de todo o serviço do Santuário Terrestre.
Nenhuma linguagem pode descrever a glória do cenário apresentado dentro do Santuário. Cada móvel e objeto tinha um pálido reflexo dos esplendores do templo de Deus no céu. Seu simbolismo apontava para as fases do ministério de Jesus no Santuário celestial e os objetos estavam relacionados com doutrinas fundamentais para a compreensão do plano da salvação. Por isso o Santuário tornou-se o foco dos ataques do inimigo de Deus, que procurou desviar a atenção das pessoas pra um sistema falso de salvação. 
A fim de que possamos desfrutar plenamente os benefícios do evangelho, devemos entender a obra que Jesus fez por nós no passado, o que Ele faz agora e o que fará no futuro. Podemos compreender esse assunto, estudando o ritual do santuário terrestre dos israelitas, que prefigurava o atual ministério de Cristo no santuário celestial. É fundamental que entendamos o que a Bíblia ensina sobre o tema. 


1. Quais as três fases do ministério de Cristo? 

I Cor. 15:3 - Sacrifício de Jesus, entrega pela humanidade.

I Tim. 2:5 - Mediador.

Apoc. 20:11-15, cf. Mat. 25:31-46 -  Rei, Juiz.


2. Que pedido especial fez Deus a Moisés? 

Êxodo 25:8 - E Me FARÃO um santuário, para que Eu possa HABITAR  no meio deles. Vê, pois, que tudo faças segundo o modelo que te foi MOSTRADO no monte. 

Após a entrada do pecado, Adão e os patriarcas construíram altares e ofereciam sacrifícios a Deus (Hb 11:4; Gn 8:20; 12:7, 8; 13:18). Tempos depois, Deus mostrou a Moisés o Santuário Celestial que serviria de modelo para o santuário que seria construído no deserto, como lugar de habitação de Deus. Através do Santuário o plano da salvação foi apresentado à humanidade em símbolos. Assim, podemos afirmar que o Santuário Terrestre é o Evangelho em miniatura.


3. Como era o santuário? 

O santuário era dividido em dois compartimentos. O primeiro era o lugar santo, e o segundo, o lugar santíssimo. No lugar santo, o sacerdote realizava o trabalho diário (Hb 9:6), e continha uma mesa com pães, o candelabro e o altar de incenso (Êx 40:22, 24, 26). No lugar santíssimo, o sumo sacerdote entrava uma vez por ano, no Dia da Expiação, que caía no dia dez do sétimo mês (Hb 9:7). Ali se encontravam a arca da aliança, coberta de ouro, com as tábuas dos dez mandamentos, uma urna de ouro contendo o maná, e o bordão de Arão (Êx 40:20, 21; Hb 9:3, 4). Um véu separava esses dois compartimentos (Êx 26:33). À frente do lugar santo, ficava o pátio, no qual estavam o altar do holocausto e a pia em que os sacerdotes lavavam as mãos (Êx 40:29, 30). O Santuário era móvel, cercado (Êx 40:33), e teve sua construção aprovada por Deus (Êx 40:34-38). 


4. Qual era a base da aliança de Deus com Seus filhos? Qual o seu significado para nós hoje? Deuteronômio 4:13; 10:4 - Anunciou a sua aliança, que ordenou a vocês, os DEZ MANDAMENTOS, e os escreveu em DUAS TÁBUAS DE PEDRA

A Lei de Deus estava no lugar mais solene do Santuário, dentro da arca da aliança, no lugar Santíssimo. Ela é a expressão do caráter de Deus e revela o pecado. Através do sacrifício, o pecador recebia o perdão dos pecados, restaurando, assim, seu relacionamento com Deus.


5. Em que consistia o serviço diário? 

Êxodo 29:38-42 - Oferecer dois cordeiros. 

Os cordeiros sacrificados representavam Jesus que, na cruz, morreria pelos pecados humanos.  

A principal função do sacerdote era atuar como mediador entre Deus e os seres humanos. O sacerdote recebia os pecadores que confessavam seus pecados sobre o cordeiro e o sacrificavam. Para atender os pobres, os que estavam impossibilitados de comparecer no Santuário e pelos pecados de ignorância, Deus instituiu o sacrifício contínuo (Tamid) que era oferecido diariamente de manhã e à tarde, simbolizando a mediação contínua de Jesus. Por esse meio, o pecado era simbolicamente transferido para o Santuário e permanecia ali até o dia da Expiação. Através desse ato do sacrifício diário, Deus queria lembrar ao povo que o salário do pecado é a morte, assim, como sacrifício, enviava o Seu Filho, o verdadeiro Cordeiro de Deus.


6. Qual era a festa que dava fim ao ciclo anual das cerimônias? 

Levítico 23:27-31 - O dia dez do sétimo mês era o Dia da Expiação. Todos os pecados confessados estavam simbolicamente registrados no Santuário até o dia da expiação. Nesse dia acontecia a remoção final dos pecados e a purificação do Santuário. Era um dia de juízo que ilustrava o grande juízo de Deus.


7. Em que consistia a purificação do santuário? Levítico 16 

  • Acontecia o sacrifício diário, como nos outros dias. 

  • O sacerdote oferecia um bezerro e um cordeiro, por si e por sua família. 

  • Lançava sorte sobre os dois bodes. 

  • O sacrifício do bode era oferecido a Deus. 

  • O sangue do bode era aspergido no lugar santíssimo. 

  • O sumo-sacerdote ao sair do Santíssimo transferia os pecados para o bode Azazel, que era enviado ao deserto.

Através do sacrifício diário, os pecados eram transferidos simbolicamente do pecador arrependido para o santuário. Uma vez ao ano, realizava-se a limpeza ou purificação do santuário no Dia da Expiação, removendo os pecados para o deserto.

O Santuário era o coração do culto israelita. Através de suas atividades e rituais Deus empregou um recurso didático para exemplificar o plano da salvação. Além disso, o Santuário apontava para o Messias vindouro e o ministério de Jesus no verdadeiro Santuário que o Senhor erigiu e não o homem.


8. O que Satanás faria com as verdades exemplificadas no Santuário? Daniel 8:11, 12

O objetivo de Satanás, ao desprezar as verdades, é fazer com que o ser humano não compreenda o plano da salvação. As verdades do Santuário atacadas por ele são: 

Lugar Santíssimo - Juízo, os Dez Mandamentos, o Sábado, a Reforma de Saúde e o Milênio.

Lugar Santo - a verdade sobre a pessoa e ministério do Espírito Santo, a intercessão contínua de Cristo, a oração e a importância da Bíblia como Palavra eterna de Deus. 

Pátio: Batismo, a confissão somente em Jesus (O pecador confessava sobre a cabeça do cordeiro) e, a Salvação pelo sacrifício de Cristo.


9. Por quanto tempo Satanás agiria para deitar as verdades de Deus por Terra? 

Apocalipse 12:6 - Durante mil duzentos e sessenta dias; 13:5 - Durante quarenta e dois meses; Daniel 7:25 - Um tempo, tempos e metade de um tempo. 

Em profecia um dia equivale a um ano (360 dias do calendário judaico) Nm 14:34; Ez 4:6. Como o historicismo ensina que a profecia se cumpre na história, encontramos o edito de Justiniano o início de um período que se identifica com o cumprimento da profecia . Em 538 d. C. o Bispo de Roma tornou-se o líder supremo do cristianismo. Essa supremacia estendeu-se por 1.260 anos, terminando no ano 1798 d.C., com o aprisionamento do Papa Pio VI pelas tropas de Napoleão Bonaparte.


10. Até quando essas verdades permaneceriam jogadas por Terra? Quando seriam restauradas? 

Daniel 8:14 - Até DUAS mil e trezentas TARDES E MANHÃS. Depois, o SANTUÁRIO será purificado. 

O Santuário Terrestre era purificado uma vez por ano, no dia dez do sétimo mês. Da mesma forma o Santuário Celestial teria sua purificação no final deste período profético que inaugurou a segunda fase do ministério de Cristo no lugar Santíssimo do Santuário. A expressão “tarde e manhã” é identificada na Bíblia como um dia de 24 horas (Gn 1:5,8,13,19,23,31). Portanto, esse período profético adequadamente se refere a um período de 2300 dias “anos”, tendo o seu início no ano de 457 a.C e final em 1844 d.C. (At 17:31; Ap 11:18,19).

Estamos diante da verdade do Santuário apresentada pelos símbolos e uma suposta verdade, ou seja, falsos ensinamentos introduzidos por Satanás para combater a verdade de Deus. Cada ser humano encontra-se diante desse conflito que envolve a verdade de Deus e os falsos ensinos. Qual vamos aceitar?

O mito de Platão: Quando Deus criou os seres humanos, criou alguns com ouro por dentro, alguns com prata e outros com bronze. Aqueles que tinham ouro por dentro deveriam ser os guardiões, o mais elevado em nível político e social da nação. Os que tinham prata seriam auxiliares. Finalmente, os de bronze seriam a classe mais baixa. Se o povo acreditasse nesse mito, ele disse, estariam satisfeitos com sua condição social, qualquer que fosse ela, porque era ordenado por Deus. E alguém lhe perguntou: “Você conhece alguma forma de fazê-los acreditar nisso?” A resposta de Platão foi uma das mais assustadoras:”Não na primeira geração, disse ele, mas você pode ter sucesso na segunda e nas gerações posteriores. Dê tempo suficiente a qualquer mentira ou mito, e um dia o povo vai acreditar neles.”


11.  Que acontecimento marcou a consumação do ritual do santuário terrestre, e que santuário está em funcionamento atualmente? 

Mateus 27:50, 51; Hebreus 8:1, 2 - Eis que o VÉU do santuário se rasgou em DUAS partes  de alto a baixo. Com a morte de Cristo, o santuário terrestre perdeu sua função, pois a sombra deu lugar à realidade.  Cristo hoje ministra no verdadeiro santuário que o Senhor ERIGIU, não o homem. 

O santuário terrestre chegou ao seu fim quando Jesus passou pela morte na cruz. Simbolicamente, o véu que cobria o Lugar Santíssimo, onde Deus habitava, foi descoberto e a presença de Deus não seria mais vista ali. Após Sua ascensão, Jesus foi para o lugar Santo do Santuário Celestial onde iniciou a primeira fase da obra de intercessão (Hb 5:5; Ap 1:12-13).

Há um santuário no Céu, o verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não seres humanos. Nele Cristo ministra em nosso favor, tornando acessíveis aos crentes os benefícios de seu sacrifício expiatório oferecido uma vez por todas na cruz. Em sua ascensão, Ele foi empossado como nosso grande Sumo Sacerdote e começou seu ministério intercessório, que foi tipificado pela obra do sumo sacerdote no lugar santo do santuário terrestre. Em 1844, no fim do período profético dos 2.300 dias, Ele iniciou a segunda e última etapa de seu ministério expiatório, que foi tipificado pela obra do sumo sacerdote no lugar santíssimo do santuário terrestre. É uma obra de juízo investigativo, a qual faz parte da eliminação final de todo pecado, prefigurada pela purificação do antigo santuário hebraico, no Dia da Expiação. Nesse serviço típico, o santuário era purificado com o sangue de sacrifícios de animais, mas as coisas celestiais são purificadas com o perfeito sacrifício do sangue de Jesus. O juízo investigativo revela aos seres celestiais quem dentre os mortos dorme em Cristo, sendo, portanto, nele, considerado digno de ter parte na primeira ressurreição. Também torna manifesto quem, dentre os vivos, permanece em Cristo, guardando os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, estando, portanto, nele, preparado para a trasladação ao seu reino eterno. Este julgamento vindica a justiça de Deus em salvar os que creem em Jesus. Declara que os que permaneceram leais a Deus receberão o reino. A terminação do ministério de Cristo assinalará o fim do tempo da graça para os seres humanos, antes do segundo advento.


12.  Quais as evidências bíblicas de um santuário no Céu? 

Êxodo 25:40Apocalipse 4:5; 11:19 

Abriu-se, então, o santuário de Deus, que se acha no CÉU e foi vista a ARCA da aliança. 

A exemplo do que ocorria no santuário terrestre, Jesus está realizando, em nosso favor, duas atividades no santuário celestial: intercessão (1Tm 2:5; 1Jo 2:1), simbolizada pelo serviço diário, e julgamento (Jo 5:22; Dn 7:9, 10), representado pelo Dia da Expiação. Sempre que um pecador arrependido vai a Deus em nome de Jesus e pede perdão, Cristo intercede por ele no santuário celestial, aplicando em seu favor os méritos de Seu sacrifício na cruz. Mas, Ele também realiza o trabalho de juiz, neste momento. O próximo estudo esclarecerá esse tema. 

Do modo como durante o Dia da Expiação típico a purificação do santuário removia os pecados que já se haviam acumulado, assim o santuário celestial é purificado pela remoção final de todos os pecados registrados nos livros celestiais. Entretanto, antes que os registros sejam finalmente limpos, serão eles examinados a fim de se determinar quem, através de arrependimento e fé em Cristo, está apto a entrar em seu reino eterno. Portanto, a purificação do santuário celestial envolve uma obra de juízo investigativo que reflete plenamente a natureza do Dia da Expiação como dia de julgamento. Esse julgamento, que ratifica as decisões quanto a quem deverá estar entre os salvos e quem estará entre os perdidos, deve ocorrer antes da segunda vinda, pois, por ocasião do segundo advento, Cristo deverá retribuir “a cada um segundo as suas obras” (Ap 22:12). Naquela oportunidade também serão respondidas as acusações de Satanás (cf. Ap 12:10).

Todos aqueles que verdadeiramente se arrependeram e pela fé reclamaram o sangue do sacrifício expiatório de Cristo, terão assegurado o perdão. Quando seus nomes forem chamados a julgamento e se constatar que eles estão revestidos pelo manto da justiça de Cristo, seus pecados serão apagados e eles serão considerados dignos da vida eterna (Lc 20:35). “O vencedor”, disse Jesus, “será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do livro da vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos” (Ap 3:5).


Conclusão:

O tipo encontrara o antítipo. O próprio evento ao qual os serviços do templo haviam apontado durante séculos, acabara de ocorrer. O Salvador completara seu sacrifício expiatório, e pelo fato de o símbolo haver encontrado a realidade, os rituais que antecipavam esse sacrifício haviam sido ultrapassados. Por essa razão, o véu rasgou-se, o cutelo caiu das mãos do sacerdote e o cordeiro escapou.

Há mais, porém, em relação à história da salvação. A questão vai além da cruz. A ressurreição e a ascensão de Jesus dirigem nossa atenção para o santuário celestial onde, não mais como Cordeiro, Ele ministra como sacerdote. O sacrifício foi oferecido uma vez por todas (Hb 9:28); agora Ele torna disponíveis a todos os benefícios de seu sacrifício expiatório.


Recapitulação:  O santuário terrestre foi feito segundo o modelo do santuário do CÉU. Era dividido em DOIS compartimentos: santo e SANTÍSSIMO. O sacerdote oferecia DOIS cordeiros: um pela manhã e outro à tarde. No dia da Expiação, era feita a remoção dos pecados. Jesus, hoje, está atuando no verdadeiro santuário que existe no CÉU


Compromisso de fé: 

[ ] Creio que existe um Santuário no Céu, que foi modelo para o Santuário Terrestre.

[ ] Creio que a base da aliança de Deus comigo são os dez mandamentos.

[ ] Creio que Deus purifica seu Santuário, e também me purifica dos pecados.

[ ] Reconheço que Jesus Cristo é o único mediador entre mim e Deus. 

[ ] Aceito-O como meu Salvador, a fim de que seja absolvido no julgamento final. 


Referências:

  1. Bíblia Online Nova Almeida Atualizada, 2017.

  2. Estudos Bíblicos: Ouvindo a Voz de Deus, Santuário o Caminho de Deus, As Revelações do Santuário.

  3. Nisto Cremos. Crença 24. Ministério de Cristo no Santuário Celestial.



Leitura complementar: 

1. Crença 24. Nisto Cremos: 

2. Capítulo 11. Tratado de Teologia: 

3. Ellen G. White:(Casa Publicadora Brasileira). Cristo em Seu Santuário 

4. Frank B. Holbrook.(Casa Publicadora Brasileira). O Sacerdócio Expiatório de Jesus Cristo

5. Alberto R. Tim. O Santuário e as Três Mensagens Angélicas: Fatores Integrativos Desenvolvimento das Doutrinas Adventista (Unaspress). 

6. Paulo Godinho. Série de Estudos Bíblicos -As Revelações do Santuário (Casa Publicadora Brasileira, 2009).